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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ícone alagoano Tororó do Rojão morre aos 75 anos


Tororó deixa um legado e saudades para os amigos e fãsTororó deixa um legado e saudades para os amigos e fãs

Tororó do Rojão morre aos 75 anos

01h16, 08 de Julho de 2011
Redação com Overmundo
Morreu na noite desta quinta-feira, na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, o cantor Manoel Apolinário da Silva, o Tororó do Rojão. Ele faleceu de infecção generalizada na UTI neurológica da Santa Casa, depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Hemorrágico. 

Tororó deu entrada na Santa Casa no dia 4 de junho. O óbito, segundo a médica plantonista Marta Valente, foi registrado às 21h50. 

Como o nome sugere, Tororó é o pipoco do trovão, uma força da natureza, o elemental do forró. Em sua trajetória, foi parceiro-irmão de Jacinto Silva, personagem importante na sua história. Tororó também foi zabumbeiro de Luiz Gonzaga e até motorista do grande Rei do Baião.
Forró, xote, maxixe, xaxado, samba, coco, Tororó era um artista eclético e completo, representante autêntico dos ritmos construídos no nordeste do Brasil, compositor inteligente, de letras de duplo sentido, engraçadas, acidas, sensuais, por vezes melancólicas ou incomodas, por outras, somente belas canções, da mais inspirada poesia popular.
Algumas de suas músicas mais conhecidas apresentam refrões como “Seu Cuca é eu” em “Seu Cuca”, ou “Forró Gay”, onde ele tira uma onda com o preconceito em seus versos, o que causou repercussão na comunidade gay local, produzindo reações e opiniões diversas.
Assim era Tororó, polêmico, cômico, desbocado, boêmio, poeta, querido por todos, e todos os adjetivos são poucos.
Menino de Engenho 
Nascido em Matriz do Camaragibe, norte de Alagoas, o pequeno Manuel Apolinário perdeu seu pai muito cedo, entre oito e nove anos de idade, ele e sua mãe viúva, Maria, foram trabalhar em uma usina da região. “Eu limpava cana, colocava na esteira, fazia de tudo, mas o que eu gostava mesmo era de jogar futebol” contava Tororó.
Sua paixão de menino pelo futebol o levou a jogar bola com os filhos dos usineiros e se tornaram amigos. Em certo momento, surgiu uma pessoa que mudaria para sempre seu destino de menino do canavial. Dona Nadir Pantaleão foi como uma segunda mãe para o pequeno Manuel Apolinário, ele contava que a senhora chegou pra ele e perguntou “quer ir viver em Maceió comigo?” e ele, nervoso e confuso, foi pedir chorando para que a mãe o deixasse ir. Com muita dor, Maria o deixou partir com dona Nadir, quem sabe encontrava um destino melhor na capital.
E encontrou, chegando a Maceió, Tororó descobriu as letras, foi para a escola alfabetizar-se, “estudei até o quarto ano, quando vi, já sabia ler, pegava o jornal e lia tudo, ‘Rio de Janeiro tal e coisa’, ‘em São Paulo isso e aquilo’, pronto, depois que já sabia ler, ia comprar pão e depois jogar ximbra (bola de gude).”
Mas Tororó era bom mesmo no futebol, ele contava “tem gente das antigas aqui em Maceió que me conhece mais como jogador que como cantor, eu fui camisa 10 tricampeão antes do Pelé nessa porra, pelo Sport Clube Alagoas, de Maceió”.
Quanto à música, Tororó contava que surgiu na sua vida “ainda menino”, escutando sua mãe cantar coco “com os cabras” em Matriz, e ele cantava junto também, e de lá até hoje sem parar, feito cantiga de grilo, como se diz por aqui.
Depois de alguns anos morando em Maceió, Tororó recebeu uma carta de sua mãe Maria, ela contava que estava pedindo esmola para comer na cidade natal. Compadecida, Dona Nadir trouxe a mãe do agora jovem rapaz Manuel para viver em Maceió, e alugou uma casa próxima a sua para eles viverem.
Na época da chegada de sua mãe a Maceió, Tororó saia de casa para trabalhar em um posto de gasolina, e depois desenrolou seu caminho profissional como servente, mecânico, assistente, e claro, cantor.
Discografia:
LPs
Tororó do Rojão e Nelson do Acordeom – Aqui Tem Forró (1979)
Segura Menino (1981)
CDsO povo não quis acreditar (2004)
Sem Retoque (2007)

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